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O encontro terminou sem acordos sobre as discórdias nas políticas monetárias e a olhar para as revoltas árabes.
Os principais líderes empresariais do mundo regressaram hoje a casa do Fórum Económico Mundial de Davos. O encontro mostrou as divisões existentes entre os líderes mundiais para encontar uma solução sobre as questões mais importantes da actualidade, nomeadamente a crise da dívida europeia, as revoltas nos países árabes e a escalada dos preços da comida. A incerteza continua.
Durante o encontro, o presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, negou a existência de "uma crise do euro", ao mesmo tempo que defendeu a compra de dívida dos estados europeus pelo fundo europeu de resgate. Mas pouco depois, o presidente francês Nicolas Sarkozy afirmava a viva voz que a França e a Alemanha "jamais deixarão cair o euro". Ouviram-se também vozes mais pessimistas sobre o futuro da zona euro, com o investidor multimilionário George Soros a prever que Portugal e a Grécia "terão que reestruturar a sua dívida", o que equivaleria a uma falência controlada, enquanto o famoso economista Nouriel Roubini deu já como certa a entrada de Portugal no Fundo e avisou que "a Espanha é demasiado grande para salvar", existindo fortes possibilidades de "vários países saírem da zona euro".
No fim do Fórum, os europeus continuaram a defender a sua política de austeridade orçamental, enquanto os EUAreiteraram a sua intenção de combater a crise através da manutenção da despesa, sustentada pela criação de dinheiro por parte da Reserva Federal.
CEOs aumentam contactos
Com os políticos a terem poucas soluções e as sessões oficiais a destacarem-se pela falta de ideias, os líderes empresariais presentes acabaram por superar a ausência de ideias através de uma multitude de contactos entre si, realizados à margem dos encontros oficiais. "Gostaria que o dia tivesse 50 horas para estar presente na maratona de reuniões que tenho agendadas", disse Indra Nooyi, CEO da PepsiCo., enquanto que Anatoly Chubais, CEO da russa Nanotechnologies Corp. confessou ter encontrado "vários directores executivos de empresas bastante grandes que me disseram: ‘nem sequer fomos a uma única sessão do Fórum, temos tido reuniões umas atrás das outras'". Para Alan Salzman, director da firma de investimento VantagePoint Venture Partners, "há o sentimento que a economia está a melhorar, por isso nós voltámos a tratar de negócios", mesmo que para isso tenha sido necessário ignorar as sessões oficiais.
Banca alerta para riscos
Também em foco em Davos esteve a nova regulação que está a ser imposta no sector financeiro, avisando os banqueiros que esta pode causar mais mal que bem. Para Peter Sants, CEO do Standard Chartered, as novas regras podem "estrangular o crescimento" económico global, enquanto que Gary Cohn, presidente do Goldman Sachs, disse que as autoridades deveriam focar-se em todo o sistema, "e não só na banca". Já Jamie Dimon, CEO do JPMorgan, afirmou que é chegada a altura de "parar de denegrir os bancos".
Atenções desviadas
Os acontecimentos que tiveram lugar para além do Centro de Congressos local marcaram este Fórum. O primeiro sinal de que em 2011 o Fórum não iria dominar as atenções da imprensa aconteceu pouco antes da abertura, quando o presidente russo Dmitry Medvedev foi forçado a adiar a sua chegada ao encontro por um atentado terrorista no mais activo aeroporto de Moscovo, que causou 35 mortos. Segundo os correspondentes em Davos, os receios de extremismo foram dos principais temas de conversas nos corredores, em particular as revoltas populares no Norte de África e o risco destas se espalharem por todo o mundo árabe. A explosão de uma pequena bomba num hotel perto do centro dominou também este Fórum.
FONTE http://economico.sapo.pt/noticias/incerteza-marca-fim-do-forum-de-davos_109931.html
Postado por: Zezinho Mangangá
: http://portalcajuina.blogspot.com
Em: 20/01/2011 às 20:00 horas
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